Debate “Serviço Social e Sistema Socioeducativo”
 
 
Com o objetivo de realizar debates sobre o sobre o documento “Subsídios para atuação de assistentes sociais no Sociojurídico“, publicado pelo CFESS em 2014,  O CRESS-RJ realizou na Escola de Gestão Socioeducativa do DEGASE – Paulo Freire,na Ilha do Governador,  no dia 22 de junho, o primeiro de uma série de eventos sobre as possibilidades para o exercício profissional nas instituições que compõem o chamado campo sociojurídico.
 
O balanço final do evento foi bastante positivo. Contando com participações de profissionais ligadas ao sistema socioeducativo e estudantes de Serviço Social,  o evento teve como debatedores Charles Toniolo , assistente social, prof. da Escola de Serviço Social da UFRJ, membro da Comissão Sociojurídica do CRESS-RJ e Fabiana Schmidt, assistente social, doutoranda em Serviço Social, representante do CRESS-RJ no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA). Silvia Ribeiro, também da comissão sociojurídica do conselho coordenou a mesa.
Em sua fala, Charles lembrou que o país tem uma das maiores populações carcerárias do mundo  e nem por isso se vê a criminalidade resolvida. Sobre os avanços que o Degase tem tido ao longo dos anos Charles salientou a importância da luta da categoria das assistentes sociais e de todo corpo de funcionários comprometidos ao afirmar  que “o que a direção do Degase fez no sentido de enfrentar a tortura é uma conquista nossa. Se houve avanço é conquista nossa”. Ressaltando a importância do CRESS-RJ nos avanços das discussões no sistema sociojurídico
 
“O cotidiano todos os dias nos trás contradições históricas e contradições novas” comentou Fabiana Schmidt em sua fala. Ao comentar sobre a pesquisa com jovens infratores feita em seu mestrado ela  informou que durante os trabalhos verificou a visão dos jovens sobre sua condição: “os adolescentes não conseguem compreender como medida socioeducativa, mas como punitiva”
Com  experiência no tema, Fabiana apresentou  à plateia algumas indagações: “Como podemos romper com a lógica estabelecida pela instituição? É nosso papel? Tem como?” e essa “ perspectiva da incompletude institucional tem que procurar fora”
A participação da plateia foi extremamente enriquecedora com algumas questões levantadas como a necessidade de se pensar na arquitetura física das unidades, tanto para os jovens que estão ali como para quem trabalha, na necessidade de  equacionar melhor o tempo e a qualidade dos atendimentos. Entre as presentes que fizeram seus questionamentos e emitiram suas opiniões no plenário a fala  da assistente social Cilene Almeida conseguiu sintetizar um drama vivido pela grande maioria das assistentes sociais que trabalham no sistema penitenciário. Cilene sublinhou que as assistentes sociais tem que ter o  direito de se pronunciar ou não num parecer. Parecer é, apesar do comprometimento, um parecer. Em alguns momentos se tem capacidade  de emitir um parecer indicando que medida deve ser aplicado ao adolescente, outras vezes não. Ressaltando que esse posicionamento não tem a ver com covardia, mas com responsabilidade e comprometimento de seu trabalho, Cilene foi bastante aplaudida pelas colegas.
 
 
No período da tarde, após o seminário,  aconteceram oficinas e as participantes responderam um questionário do CRESS, e discutiram o que elas identificam como demandas para o Serviço  Social no DEGASE. As oficinas foram sobre “semi-liberdade” e “internação”
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