Um grande número de estudantes chegava ao campus maracanã para participar da Assembléia Geral de Estudantes, marcada para discutir a situação da universidade, paralisada há 3 dias em 15 cursos. No entanto, logo ali do lado, moradores da Favela do Metrô estavam sendo escorraçados a base de munição letal e perdendo todos seus pertences com a demolição sem aviso prévio de sua casas.

Os estudantes da Uerj, por reconhecerem a gravidade da situação, cancelaram a Assembléia, a remarcaram para segunda-feira (01/06) às 18h e seguiram para a favela. Chegando lá, foram recebidos a base de muito gás lacrimogênio, bomba de efeito moral e spray de pimenta. Desesperados, estudantes e moradores retornaram à Uerj a procura de refúgio. A grande quantidade de seguranças da Uerj, reforçada por conta da Assembléia, aparentemente inflamou os ânimos e logo promoveu o fechamento completo da universidade: NINGUÉM ENTRA, NINGUÉM SAI! Motivo oficial: Medo dos moradores. Mas com isso, uma grande quantidade de alunos acabou ficando no fogo cruzado, entre os seguranças da Uerj e a Tropa de Choque que estava logo ali.

Pra quem ficou dentro das dependências da universidade, a situação não era melhor: a truculência dos seguranças surpreendia. Estudantes foram espancados e intimidados com cassetetes e correntes de ferro, sendo completamente criminalizados dentro da própria instituição de ensino. Além disso, dois enormes jatos de água estavam posicionados em direção ao portão que dá acesso à São Francisco Xavier. Esse jatos foram os responsáveis pela grande maioria dos vidros quebrados, afinal de contas, água não atravessa vidro, apesar da insistência dos seguranças.

Esses momentos de terror se deram entre 18h e 20h. Durante esse espaço de tempo, diversos estudantes sumiram e reapareceram completamente surrados e desorientados. E pelo que nos foi informado, um estudante esteve preso dentro da Uerj. Enquanto tudo isso acontecia, os moradores da Favela do Metrô continuavam atônitos: os que ainda tinham casas, tem remoção marcada para as 10h de amanhã. Seus direitos não tem sido respeitados há muito tempo, para eles a bala sempre é de metal.

Veja vídeos feitos pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social da UERJ:

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