A Comissão de Assistência Social do CRESS-RJ realizou, na tarde desta terça-feira, 21 de outubro, uma roda de conversa “Das ruas para as ruas”, com Vânia Rosa, ex pessoa em situação de rua, defensora dos Direitos Humanos, idealizadora e presidente do projeto Juca e Coletivo Rua Solidária RJ, e com a mediação de Ana Paula Cardoso da Silva, Assistente Social do HFSE e da SMAS/RJ. Mestre em Serviço Social pelo PPGSSDR/UFF.
O bate-papo emocionante, potente e delicado contou ainda com a participação de Jurema, Elaine e Paulo, que também são pessoas com histórico de situação de rua.

Antes da roda de conversa, foi exibido o minidocumentário “Rosa”, de 2024, que tem direção, fotografia e montagem de Pedro Murad, premiado diretor e roteirista, que mostrou nas telas a história de vida de Vânia Rosa, que viveu 14 anos em situação de rua, ocupou calçadas e se abrigou sob diversas marquises na cidade do Rio de janeiro. Atualmente, está à frente de projetos sociais que levam às pessoas em situação de rua não só comida, mas acolhimento e muito afeto.

Já nem sei mais quantas vezes vi o documentário. Mas sempre me emociono com cada parte. É a minha vida ali, né, cara. É forte, é dificíl, mas é a minha história. E ela não tem só dor. Tem muito amor e resistência. E é isso que eu procuro levar a todas as pessoas”, disse Vânia, bastante emocionada, mais uma vez.

Ela fez questão de chamar à mesa de debate os companheiros de luta, Jurema, Elaine e Paulo, que também são pessoas com histórico de situação de rua. Jurema se emocionou ao falar de Vânia: “Essa mulher aqui é incrível. Ela ajuda as pessoas. Ela tem uma força, uma garra. E ela sabe o que a gente passa, vive porque ela viveu isso, também. E nos inspira a seguir em frente.”

Elaine, também emocionada, chorando, falou que só quer ser vista como uma pessoa qualquer, mas uma pessoas, e conseguir cuidar dos netos, já que a filha faleceu: “A sociedade não olha a gente como pessoa. É tudo muito doído. Mas apesar de tudo, sonho em conseguir minha casa e terminar de criar meus netos”.

Paulo complementou: “Dizem que a nossa socidade é democrática. Mas ela não é igual pra todos. Ela escolhe quem é visto como cidadão e quem não é.”

A conselheira Alessandra Celita comentou: “Muito nos orgulha fazer uma debate sobre esse assunto e recebendo voês, podendo contar sua história de luta e superação, Vânia. Como Jurema falou, você é mesmo corajosa e muito inspiradora.”

Para assistir ao documentário sobre a vida de Vânia Rosa, clique AQUI.