O ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) convocou a greve em defesa da reestruturação da carreira e de outras melhorias salariais, além de melhores condições de trabalho. A velocidade e força com que a categoria atendeu ao chamado e ainda angariou apoio de estudantes e servidores surpreendeu o governo.

 No dia 12/6, milhares de pessoas foram às ruas em todo o país. A precarização do ensino público superior brasileiro foi o estopim. A degradação do ensino não para na desvalorização de seus servidores docentes e técnico-administrativos.

 Alguns cursos, em diferentes partes do país, atrasaram o início das aulas por falta de professores ou de estrutura física. Não é de espantar que, nas unidades novas, criadas pelo governo Lula, a adesão à greve foi espetacular.

Na UniRio, por exemplo, o curso de Serviço Social, criado em 2009, mantem-se com três professores efetivos, para cerca de 80 alunos distribuídos em cinco turmas. A promessa era contratar 14 professores até 2010, já prevendo o ingresso de novos estudantes nos próximos semestres.

 Nos cursos antigos, como o Serviço Social da UFRJ, entrou muito aluno e pouco professor. O resultado são salas superlotadas. Sem recursos para o ensino, o professor tem que mostrar produção na pesquisa, de acordo com os critérios da produtividade de mercado, se quiser condições mínimas de trabalho.

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