“Já se vão quase três décadas desde que os primeiras luzes de um tardio amanhecer começou a iluminar a longa noite que sobre nós se abateu. Nossa memória tolhida pelo medo, tangida pelo terror, alimentada por nossas convicções e pela força daqueles que souberam honrar a causa de nossa classe, recolhe, por vezes, imprecisa, tudo que se passou sob este manto de trevas. Maquiavel já dizia – “o tempo gasta a memória”- e os poderosos procuram usar a “desmemoria” para perpetuar em outra forma a continuidade de seu domínio.
 Entre as diferentes trincheiras dessa luta, José Paulo Netto combate na defesa da memória com a maestria conhecida e a autoridade conquistada. Não como quem busca a história para reviver o passado, mas para se apropriar dele e oferecê-lo como instrumento de luta àqueles que constroem o futuro: aos jovens e à classe trabalhadora de nosso tempo.
Sua Pequena História da Ditadura Militar é de fato uma grande batalha que, espero, venceremos, e diante de nossos carrascos diremos, lembrando Benedetti: que dirão “ante el olvido el intratable olvido/cuando lo vio tan lleno de memoria”.
Mauro Iasi  (ESS/NEPEM – UFRJ)10302632_692187614174537_2106132887978282054_n (2)

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